Interessado em Oxigenoterapia Hiperbárica?
O desempenho esportivo e a recuperação de lesões musculares são desafios constantes para atletas de alto rendimento. A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) vem sendo investigada como uma alternativa não invasiva para acelerar a recuperação e potencializar o desempenho físico.
Este artigo sintetiza os achados de sete estudos científicos que exploram o impacto da OHB no esporte, destacando benefícios, mecanismos fisiológicos e limitações.
1. Melhorias no Desempenho Físico e Mitocondrial
O estudo "Hyperbaric Oxygen Therapy Enhances Physical Performance and Mitochondrial Respiration in Middle-Aged Athletes" mostrou que protocolos intermitentes de OHB aumentaram significativamente o consumo máximo de oxigênio (VO2Max) e o limiar anaeróbico em atletas de meia-idade. Além disso, observou-se uma melhora na capacidade de fosforilação oxidativa mitocondrial e no metabolismo energético celular, sugerindo uma adaptação fisiológica que reduz a fadiga e melhora a eficiência muscular durante o esforço físico4 .
2. Recuperação de Lesões Musculares Relacionadas ao Exercício
O estudo "Early Recovery of Exercise-Related Muscular Injury by HBOT" avaliou 41 atletas com lesões musculares leves e demonstrou que a OHB reduziu significativamente os níveis séricos de creatina quinase (CK), glutâmico-oxalacético transaminase (GOT) e mioglobina (MB) após 10 sessões. Além disso, houve uma redução considerável na dor e na interferência desta em atividades diárias, como sono e trabalho6 .
3. Regeneração Muscular Pós-Lesão
O trabalho "Multiple and early hyperbaric oxygen treatments enhance muscle healing after muscle contusion injury: a pilot study" explorou modelos animais e mostrou que o início precoce da OHB (até três dias após a lesão) promoveu a regeneração muscular, aumentando a proliferação de macrófagos anti-inflamatórios e células satélite. Protocolos com três a cinco sessões consecutivas demonstraram maior eficácia em comparação com sessões únicas, destacando a importância do manejo temporal no uso da OHB5.
4. Impacto na Recuperação Após Partidas Esportivas
Em "The Effects of Hyperbaric Oxygen Therapy on Recovery After a Soccer Match in Young Players: A Randomized Double-Blind Trial", jogadores de futebol submetidos à OHB apresentaram melhora na fadiga subjetiva (Índice de Hooper) e na oxigenação muscular. No entanto, marcadores bioquímicos de recuperação, como CK e lactato, não apresentaram diferenças significativas entre os grupos3.
5. Cicatrização Após Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior
Um estudo realizado no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP "Hyperbaric oxygen therapy enhances graft healing and mechanical properties after anterior cruciate ligament reconstruction: An experimental study in rabbits" avaliou o impacto da OHB na cicatrização do enxerto após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) em um modelo animal. O grupo tratado com OHB (2,5 ATA, 2 horas/dia por 5 dias) apresentou7:
Melhor maturação e integração do enxerto: Evidenciada por menor intensidade do sinal na ressonância magnética e menor alargamento dos túneis ósseos.
Propriedades biomecânicas superiores: Maior rigidez e resistência à carga até a falha, aproximando-se das características do LCA nativo.
Redução de alterações degenerativas: Sinais menores de osteoartrite pós-traumática no joelho tratado.
Os resultados sugerem que a OHB adjuvante pode melhorar a maturidade do enxerto, a integração e a estabilidade do joelho, levando a melhores resultados de cicatrização após a reconstrução do LCA.
Os estudos revisados indicam que a OHB pode acelerar a recuperação muscular por meio de:
Aumento da oxigenação tecidual: A maior disponibilidade de oxigênio estimula a angiogênese e melhora a perfusão de áreas lesadas4,5.
Redução do estresse oxidativo: A OHB regula os níveis de espécies reativas de oxigênio, protegendo células musculares de danos adicionais6.
Ativação de macrófagos M2: Esses macrófagos anti-inflamatórios são cruciais na limpeza tecidual e regeneração muscular5.
Apoio à regeneração mitocondrial: A OHB potencializa a produção de ATP e melhora o metabolismo celular em fibras musculares danificadas4.
Neutralizar a progressão da osteólise: Pode modular o recrutamento de células inflamatórias, a produção de citocinas e a renovação óssea7.
O estudo "Systematic Review and Meta-Analysis of Hyperbaric Oxygen Therapy Pre, Post, and Intra-Exercise Effects on Performance and Recovery" apontou que a OHB não trouxe benefícios consistentes no desempenho físico quando aplicada antes ou após o exercício em adultos saudáveis. Essa falta de impacto pode ser explicada por protocolos heterogêneos e diferenças nas populações estudadas1.
Outros estudos também destacam:
Heterogeneidade dos protocolos: Pressão, duração e número de sessões variam amplamente entre os estudos, dificultando comparações diretas3,6.
Necessidade de validação em humanos: Alguns achados promissores em modelos animais ainda precisam de comprovação clínica5.
Custo e logística: A aplicação rotineira da OHB em atletas pode ser limitada por custos elevados e pela necessidade de equipamentos especializados4,6.
A oxigenoterapia hiperbárica demonstra benefícios claros na recuperação muscular e regeneração tecidual, com potencial para otimizar o desempenho físico em atletas. Estudos como "Hyperbaric Oxygen Therapy Enhances Physical Performance and Mitochondrial Respiration in Middle-Aged Athletes", "Early Recovery of Exercise-Related Muscular Injury by HBOT" e "Multiple and early hyperbaric oxygen treatments enhance muscle healing after muscle contusion injury" destacam efeitos positivos na redução de marcadores de dano muscular, melhora na dor e otimização do metabolismo energético.
No entanto, limitações metodológicas e resultados inconsistentes em algumas áreas, como as apresentadas no estudo "Systematic Review and Meta-Analysis of Hyperbaric Oxygen Therapy Pre, Post, and Intra-Exercise Effects on Performance and Recovery", reforçam a necessidade de maior padronização nos protocolos e estudos clínicos de maior escala.
A OHB é uma ferramenta adjuvante promissora, mas ainda deve ser aplicada com cautela e em cenários onde o custo-benefício seja justificado.
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