Interessado em Oxigenoterapia Hiperbárica?
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é uma ferramenta terapêutica que tem demonstrado ser eficaz em condições associadas à hipóxia tecidual. Recentemente, seu uso na cirurgia plástica estética tem se expandido devido à possibilidade de otimizar o processo de recuperação pós-operatória, minimizar complicações e melhorar a experiência do paciente.
Entre 2021 e 2023, um estudo retrospectivo[1] analisou 296 pacientes submetidos a cirurgias plásticas estéticas, incluindo lipoaspiração, abdominoplastia e intervenções mamárias. Todos os participantes iniciaram OHB nas primeiras 24 horas após procedimento e seguiram o seguinte protocolo:
Número de sessões: 5 sessões diárias.
Pressão utilizada: 2 atm.
Duração de cada sessão: 45 minutos.
O objetivo foi avaliar os tempos de recuperação e a incidência de complicações comparados aos dados disponíveis na literatura.
Em um segundo[2] estudo realizado em 2024, pacientes submetidos a procedimentos estéticos secundários participaram de um protocolo com:
Número de sessões: 10.
Pressão utilizada: 3 atm.
Duração de cada sessão: 45 minutos.
Neste estudo, foram observadas melhorias significativas na qualidade das cicatrizes, resolução precoce de edemas e hematomas, além de uma recuperação geral otimizada.
Resultados e Comparação com a Recuperação Habitual
Os tempos de recuperação observados com o uso da OHB foram inferiores aos recomendados por sociedades médicas internacionais:
Lipoaspiração:
Com OHB: 10 dias para retorno ao trabalho.
Habitual: 14 dias.
Intervenções Mamárias:
Com OHB: 3 dias.
Habitual: 5–7 dias.
Abdominoplastia:
Com OHB: 21 dias.
Habitual: 14–30 dias.
Em termos de complicações, o estudo revelou uma taxa geral de 10,7%, sem registros de infecções. As taxas de hematomas foram de 4,72% e de deiscência de feridas, 2,7%, valores inferiores aos descritos na literatura. A análise adicional reforçou esses achados, com benefícios claros na aceleração da recuperação e redução de complicações.
Os mecanismos fisiológicos da OHB, incluindo a melhora da oxigenação tecidual, a neovascularização e a redução de estados inflamatórios, explicam seus benefícios observados. Além disso, a sinergia da OHB com a profilaxia antibiótica parece ter contribuído para a ausência de infecções no grupo estudado.
No Brasil, os protocolos de OHB utilizados em clínicas frequentemente envolvem sessões mais longas, de 90 a 120 minutos, com pressões mais altas, entre 2,3 e 2,7 atm. Essas diferenças sugerem um potencial para resultados ainda mais significativos, considerando os benefícios descritos em terapias com maior duração e pressão.
Além disso, os pacientes frequentemente relatam experiências positivas sobre o conforto proporcionado pelas câmaras hiperbáricas. A possibilidade de realizar atividades relaxantes, como assistir televisão ou ouvir música durante as sessões, contribui para uma experiência de tratamento mais tranquila e satisfatória.
Apesar dos resultados promissores, estes estudos apresentam limitações. Estudos futuros randomizados e controlados são essenciais para validar os benefícios da OHB em diferentes cenários cirúrgicos e propor protocolos otimizados.
A utilização da OHB no período pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas parece ser uma estratégia eficaz para reduzir o tempo de recuperação e as complicações. Dada a popularidade crescente dessa prática, recomenda-se que os médicos considerem sua integração como terapia adjuvante em pacientes selecionados, especialmente aqueles com maior risco de complicações.
Aguilar, H. A., Ramírez, B. A., Serrano, H. M., Villabona, S. J., Hoyos, A. E., & Varela, A. (2024). Experiência do uso da câmara hiperbárica na prática da cirurgia plástica estética para recuperação e prevenção de complicações. Plastic and Reconstructive Surgery – Global Open, 12(11), e6264. DOI: 10.1097/GOX.0000000000006264.
Tambasco, D., Albanese, R., Tomaselli, F., & Montes, C. (2024). The Present and Future Role of Hyperbaric Oxygen Therapy in Plastic Surgery. Aesthetic Plastic Surgery. DOI: 10.1007/s00266-024-03867-9.