Dúvidas em relação à Hiperbárica?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento de crianças e adolescentes, impactando habilidades como comunicação, comportamento e interação social. Em busca de oferecer o melhor apoio possível para seus filhos, muitas famílias exploram terapias complementares e alternativas além dos tratamentos convencionais. Mas antes de adotá-las, é essencial entender os benefícios e riscos que essas abordagens podem trazer.
A medicina complementar e alternativa (MCA) inclui tratamentos que fogem à medicina tradicional. Para o TEA, esses métodos podem envolver o uso de ervas, suplementos, mudanças na dieta e terapias como acupuntura ou musicoterapia. Esses tratamentos são usados, muitas vezes, como um complemento, ou até substituição, das terapias convencionais.
As recomendações para essas terapias são baseadas em diretrizes de instituições e comitês especializados, como:
Academia Americana de Pediatria.
Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE) no Reino Unido.
Diretrizes Intercolegiais Escocesas.
Além disso, essas orientações são revisadas por um painel de peritos técnicos, composto por profissionais de diversas áreas (psicologia, pediatria do desenvolvimento, psiquiatria infantil, educação) e por pais de crianças com autismo.
Essa colaboração entre especialistas e familiares ajuda a assegurar que as recomendações sejam seguras, equilibradas e atendam tanto às evidências científicas quanto às necessidades das famílias.
Para facilitar o entendimento sobre as terapias alternativas para o TEA, elas foram organizadas em categorias com base nos possíveis benefícios e riscos:
Nenhum Benefício: Tratamentos que não demonstraram eficácia comprovada e, portanto, não são recomendados.
Possível Benefício, Risco Potencial: Terapias que podem ter algum efeito positivo, mas apresentam riscos que exigem cautela.
Benefício Desconhecido, Risco Potencial: Terapias que não possuem comprovação de eficácia e podem trazer riscos, sendo, por isso, geralmente desaconselhadas.
Possível Benefício, Baixo Risco: Terapias com potenciais benefícios e poucos riscos. Não são incentivadas, mas também não são proibidas se monitoradas de perto.
Benefício Desconhecido, Baixo Risco: Terapias de risco baixo, mas sem comprovação clara de benefícios. Podem ser usadas como complemento, mas não como tratamento principal.
Abaixo, seguem alguns exemplos de terapias alternativas classificadas conforme os possíveis benefícios e riscos:
Nenhum Benefício: Secretina e comunicação facilitada.
Possível Benefício, Risco Potencial: Dieta sem glúten e caseína.
Benefício Desconhecido, Risco Potencial: Imunoglobulina intravenosa, quelação, Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB), vitamina B6 e magnésio, entre outras intervenções.
Possível Benefício, Baixo Risco: Melatonina para sono, musicoterapia, passeios terapêuticos a cavalo e outros tipos de terapia com animais.
Benefício Desconhecido, Baixo Risco: Probióticos, canabinoides, treinamento de integração auditiva, entre outras.
Um exemplo de terapia classificada como Benefício Desconhecido, Risco Potencial é a oxigenoterapia hiperbárica (OHB). Essa técnica envolve a administração de oxigênio puro em uma câmara de alta pressão, na tentativa de aumentar o oxigênio disponível no cérebro e promover recuperação. Contudo, estudos até agora NÃO MOSTRARAM que a OHB traga melhorias para o TEA em aspectos como comportamento, interação social e comunicação.
Além disso, a OHB pode apresentar riscos, incluindo lesões nos ouvidos e seios nasais, miopia temporária e, em casos raros, complicações pulmonares e convulsões. Assim, ela não é recomendada como tratamento para o autismo.
Para as famílias de crianças e adolescentes com TEA, é natural querer explorar todas as opções para melhorar o bem-estar de seus filhos. No entanto, é importante lembrar que, embora algumas terapias alternativas possam parecer promissoras, muitas ainda não têm comprovação de eficácia e podem trazer riscos.
Consultar profissionais de saúde, seguir as diretrizes estabelecidas e optar por terapias com maior evidência de segurança e eficácia são passos essenciais para garantir um cuidado adequado e seguro para a pessoa com TEA.